O que se pode fazer quando é madrugada fria, e se tem febre?
Sair para tomar um ar. Pensamento vira delírio e eu tinha muito o que pensar. Tinha to -dum quebra cabeça (ou dois), um quebra cabeça (-dura) amoroso, e que, aliás, my dear, tenha dó, era o mais desinteressante de todos os tempos.
A chuva da semana acumulou-se nas muitas poças d’água pelas ruas. Poças repetindo o céu, o poste e os prédios above, o céu, o poste e os prédios above, monotonia ad aeternum.
Obcecou-me de improviso o impulso de juntá-las, todas as peças-poças, a ver se formariam uma figura mais promissora, mesmo que fosse uma rua, assim, por exemplo: a sua. As poças, sem perseverança, sem intransigência alguma, veja, mudariam de figura automaticamente quando deslocadas, sem crise: “whatever...tssh!”.
Fascinante propriedade!
E ainda ri tresloucadamente quando pensei que elas nunca mais se lembrariam de mim depois que eu sumisse da vista.Gargalhei, até. Eu, não: meu reflex.
Esta sarjeta é tipo uma rave...
(e eu, na mó ondinha de poça d´agua...)
Renata Azzi
segunda-feira, julho 27, 2009
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6 comentários:
que delicia! pocinhas pocinhas palavrinhas...
renata aqui, que legal! : )
Gostei do juntar as peças, especialmente podendo separá-las de novo e depois juntar... "whatever..." Ad eternum mas sem monotonia.
Esse texto: os olhos da Renata, o pensamento dela.
Esse texto: Arte.
L.
Nunca tinha lido Renata.
Nem em verso, nem em prosa.
Renata é pessoa interrogação, exclamação, ponto e vírgula, dois pontos, aspas, travessão...
Mas ler, nunca li!
Adorei a experiência!
Tem mais de onde saiu essa?
Eu quero!
Hoje, urgente e sempre!
Beijocas rasteiras da borda da poça...
Daí
Romantismo ácido e ironia doce!
Fascinante propriedade!
Tem barulho de chuva e ainda ouço também som de um coração batendo... Começando aqui: "to-dum..."
(De quem será o coração?...)
Bem, se fosse musica, seria Eric Satie, mas como não é, ou será que é?, parece a autora, que não conhecia e gostei. More! More!
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